Novas bandas mantêm a tradição do rock em Brasília
Postado em 26/05/2015


Ageofartemis 1024x682João Rodrigues – Especial para o Jornal de Brasília

É pelas camisas pretas, que geralmente estampam a arte dos discos de suas bandas favoritas, que reconhecemos os metaleiros. As lendárias Led Zeppelin, Deep Purple e Black Sabbath ajudaram a moldar o heavy metal, que surgiu no final da década de 60 e ganhou adeptos no Planalto Central.

Em Brasília e Goiás o gênero teve porta-vozes de peso, como a banda Volkana, formada em 1987, Asgard e Mortuário, a mais antiga representante goiana do gênero em atividade. Na capital, grupos como Age of Artemis continuam movimentando a cena. Eles se apresentarão no Rock in Rio este ano.

Mesmo sendo uma banda de metal, eles são influenciados pela música brasileira como um todo: “Desde Pixinguinha, Altamiro Carrilho e a galera do choro também. Inclusive no segundo disco, quem ouvir, vai perceber que há muitas pitadas da música brasileira, passando pelo afoxé, até o maracatu, mas tudo contextualizando com o heavy metal”, diz o vocalista Alírio Netto.

Origens

O primeiro disco do Age of Artemis, Overcoming Limits, foi lançado em 2012 e o segundo, The Waking Hour, no ano passado. A repercussão superou as expectativas da banda, já que o trabalho chegou ao Japão e à Europa, com o apoio de gravadoras internacionais.

O grupo começou tocando em São Paulo, com shows lotados. Depois, levaram seu som a várias regiões do país: “Tivemos a honra de tocar de Floripa ao Nordeste, em Fortaleza, Bahia e Recife”, enumera. “Os festivais de rock que acontecem em todo Brasil são importantes porque dão oportunidade às bandas novas.”

Netto destaca que o histórico de rock de Brasília desperta a expectativa do público quando se apresentam fora da cidade. O vocalista da banda Dynahead Caio Duarte completa: “Quando menos se espera surge toda uma nova geração de garotos querendo fazer parte do movimento, o que é muito bacana”. Para o cantor, Brasília é uma cidade diversificada, e o metal/hardcore continua sendo consumido pelo seu nicho específico, mesmo que ele não toque nas grandes rádios ou TV.

“A cena do metal em Brasília é excelente, com bandas de ótima qualidade. Quanto ao público, ainda não é muito constante, apesar de crescente”, argumenta o guitarrista da banda Degola, Waldson Farias.

Falta de espaço e divulgação na cidade

Apesar de haver fãs, o metal ainda não tem um lar específico para tocar na cidade. O estudante Yan Godinho reclama que locais estão fechando por falta de divulgação. “Se as bandas se unissem mais, a cena cresceria muito aqui em Brasília”, opina.

O Bar da Toinha, em Samambaia, é um estabelecimento referência em rock ‘n’ roll. Mas as festas para os fãs de heavy metal foram reduzidas a duas ou três por mês. Segundo o proprietário Fábio Alves, isso acontece porque há bandas que estão oferecendo shows de graça. “Se eu vendo um Fiat e começam a dar esse carro de graça, o que acontece? As pessoas param de comprar de mim”, ilustra.

Fonte: Jornal de Brasília

Categoria/Category: Notícias

TOP